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2012 - Livro Vermelho 2013

Siparuna brasiliensis (Spreng.) A.DC. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 24-04-2012

Criterio:

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie amplamente distribuída no Brasil e frequente em algumas regiões de ocorrência. Está representada em Unidades de Conservação de proteção integral.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Siparuna brasiliensis (Spreng.) A.DC.;

Família: Siparunaceae

Sinônimos:

  • > Callicarpa velutina ;
  • > Siparuna minutiflora ;
  • > Siparuna cujabana ;
  • > Siparuna obovata ;
  • > Siparuna erythrocarpa ;
  • > Siparuna estrellensis ;
  • > Siparuna apiosyce ;
  • > Siparuna mouraei ;
  • > Siparuna chlorantha ;
  • > Siparuna tenuipes ;
  • > Siparuna hylophila ;
  • > Siparuna langsdorfii ;
  • > Siparuna cordata ;
  • > Citriosma brasiliensis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Prodr. 16(2): 656. 1868. Caracterizada por folhas tomentosas a obovadas aveludadas, inflorescências curto-cimosas, e geralmente tépalas triangulares. Nomes populares: "Limoeiro-bravo", "Negra-mina", "Capim-limão", "abricó-de-macaco", "Limão-do-mato", "Limãozinho" e "Negamina" (Renner; Hausner, 2005).

Potêncial valor econômico

Utilizada para fins medicinais (Pereira-Moura, 2002; Renner; Hausne, 2005).

Dados populacionais

Em área de floresta ombrófila densa montana, no Parque Estadual da Serra do Mar, núcleo Santa Virgínia, foi amostrado apenas 1 indivíduo em uma área de 1 hectare (Medeiros, 2009). Em estudo sobre os parâmetros estruturais de espécies arbóreas na Fazenda Santa Helena, no município de Silva Jardim, no estado do Rio de Janeiro, foram amostrados 22 indivíduos em uma área de 0,5ha (Christo et al., 2009).

Distribuição

Espécie ocorre nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul (Peixoto; Pereira-Moura, 2009), Bahia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro (Peixoto, 2012); entre 0-1600m de altitude (Renner; Hausner, 2005).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos a pequenas árvores, podendo atingir de 1,5-7m de altura; dióicas; floresce e frutifica ao longo do ano, porém mais intensamente de Junho a Setembro (Renner; Hausner, 2005); terrícola (Peixoto, 2012); síndrome de polinização zoocórica; tolerante à sombra (Armando et al., 2011).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink,C.A & Machado, R.B., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Observações: Aespécie consta no anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de2008 (MMA, 2008) sendo considerada uma espécie com Dados Deficientes (DD) paraa avaliação de risco de extinção.

1.2.1.2 National level
Observações: Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, no estado de Minas Gerais; Parque Estadual da Serra do Mar e Estação Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba, em São Paulo (CNCFlora, 2011); Reserva Biológica de Águas Emendadas e Reserva Ecológica do IBGE, no Distrito Federal (Peixoto, com. pessoal).

Usos

Referências

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- PEIXOTO, A.L. Siparuna brasiliensis in Siparuna (Siparunaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014545>.

- PEIXOTO, A.L. Siparunaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.473, 2009.

- PEREIRA-MOURA, M.V.L. Siparuna (Monimiaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; GIULIETTI, A.M.; MELHEM, T.S.; BITTRICH, V.; KAMEYAMA, C. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP-Hucitec, p.202-206, 2002.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro, Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- RENNER, S.S.; HAUSNER, G. Siparunaceae. Flora Neotropica. p.1-247, 2005.

- MEDEIROS, M.C.M.P. Caracterização fitofisionômica e estrutural de áreas de Floresta Ombrófila Densa Montana no Parque Estadual da Serra do Mar, SP, Brasil. Mestrado. São Paulo: Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, 2009.

- ARMANDO, D.M.S.; ROSA, T.C.; SOUZA, H. ET AL. Colonização de espécies arbustivo-arbóreas em povoamento de Eucalyptus spp., Lavras, MG., Floresta e Ambiente, v.18, p.376-389, 2011.

- CHRISTO, A.G.; GUEDES-BRUNI, R.R.; SOBRINHO, F.A.P.S. ET AL. Structure of the shrub-arboreal component of an atlantic forest fragment on a hillock in the central lowland of Rio de Janeiro, Brazil., Interciência, v.34, p.232-239, 2009.

Como citar

CNCFlora. Siparuna brasiliensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Siparuna brasiliensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 24/04/2012 - 18:18:58